segunda-feira, 17 de outubro de 2011

“Enquanto os leões não tiverem os seus contadores de histórias, as histórias das caçadas glorificarão os caçadores” Provérbio Yorubano.

FONTE: A'FRICAS - Araraquara - SP

A quem interessa a queda da MINISTRA LUIZA BAIRROS?

14/10/2011 por

  1. A QUEM INTERESSA A QUEDA DA MINISTRA LUIZA BAIRROS?

Com certeza não interessa ao povo negro brasileiro, nem ao movimento negro autônomo, comprometido e protagonista, que luta por políticas públicas efetivas de combate o racismo e à discriminação racial, e que se pauta pelo compromisso indelével com a população negra, que, apesar dos propalados avanços da última década, ainda enfrenta a violência racial em sua vida cotidiana.

No momento em que circulam fortes rumores na ESPLANADA, de que o PLANALTO pretende “esvaziar” os ministérios voltados para a defesa de direitos (SDH, SPM, SNJ e SEPPIR), que seriam substituídos por um único GRANDE MINISTÉRIO, jogando mulheres, negros, juventude, torturados da ditadura, entre outros, mais uma vez, numa vala comum, no famoso CALDEIRÃO DA DIVERSIDADE, o que tem um grande apelo no imaginário racista brasileiro, que insiste em nos negar identidade, história, cultura e especificidades, não é de se estranhar, que o ‘jornal a Folha de São Paulo’, cumprindo o seu papel histórico, inicie o processo de desgaste de três ministras, exatamente de três das pastas “INDESEJADAS”.

O que nos surpreende é ver determinados segmentos do Movimento Negro cerrando fileira com esta reação conservadora, dando um verdadeiro tiro no pé. Entendemos o descontentamento desses setores, acostumados a uma relação de compadrio, de balcão, sem editais ou chamada pública, e que agora se sentem “desprestigiados”, “não apoiados”, na gestão da ministra Luiza Bairros. A Função da SEPPIR não é, e não pode ser, a de atender às demandas individuais e individualistas, de uma ou outra pessoa, de uma ou outra Entidade. Um ministério de promoção da igualdade racial só se justifica se for capaz de pensar e traçar políticas públicas para a maioria desta nação, formada por nós, negros e negras.

PORQUE CONFIAMOS NA GESTÃO LUIZA BAIRROS

Primeiro, por ser a ministra Luiza Bairros uma mulher negra, fruto genuíno das lutas e contradições da nossa história, e da luta do Movimento Negro; e também por que a mesma se cercou de militantes que aliam capacidade técnica e compromisso com a luta pela igualdade racial.

Aos que criticam uma suposta deficiência e falta de habilidade política, afirmo que estão confundindo politicagem com o fazer político, no seu sentido maior da busca do bem comum. Graças à articulação desta gestão da SEPPIR, a expressão “enfrentamento ao racismo”, entrou no PPA, pela primeira vez, subvertendo a histórica negativa do Estado Brasileiro em reconhecer a existência do racismo como elemento estruturante da desigualdade brasileira. E assim, também pela primeira vez, os povos tradicionais de matriz africana, os chamados povos de terreiro, sustentáculos da nossa sobrevivência simbólica e física no país, entraram no PPA, o documento que “determina” para onde e para quem será destinado o orçamento do país nos próximos 4 anos.

Ministra Luiza Bairros, espero que a SEPPIR continue nessa trajetória de construção de políticas públicas para o povo negro, e que não ceda à pressão das vaidades de pessoas e “grupinhos”, sem compromisso real com o nosso povo e com a nossa cultura.

Àṣẹ Púpù Gbogbo wá!

Ribeirão Preto, outubro de 2011.

PAULO CÉSAR PEREIRA DE OLIVEIRA

SACERDOTE DA TRADIÇÃO YORÙBÁ



“Enquanto os leões não tiverem os seus contadores de histórias, as histórias das caçadas glorificarão os caçadores” Provérbio Yorubano

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

REFORMA - *PRESIDENTE DILMA ROSSEF* FARÁ MUDANÇAS NAS SECRETARIAS NACIONAIS *SEPPIR-IGUALDADE RACIAL/DIREITOS HUMANOS/POLÍTICA P MULHERES*.

Foto: NEUZA MARIA,65 Coordenadora da I COMPIR - Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial em Araras-SP. (ao lado Profª Rosana Minillo(PT) Conferencista convidada)

Luiza Bairros deve sair na reforma

10/10/2011 por

Ministra Luiza Bairros

Por: Redação

Com avaliação de apagada, Bairros deve sair na reforma

Brasília – Pouco mais de nove meses após assumir o cargo, a socióloga Luiza Bairros (foto) deve perder o cargo na reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff fará em fevereiro do ano que vem.

O desempenho da ministra – que chegou a Esplanada na cota do governador da Bahia Jacques Wagner, do PT, e com apoio de setores do movimento negro ligado às ONG´s – é considerado fraco pelo Palácio do Planalto e sua performance à frente da pasta é vista como “apagada”.

Na reforma, a Presidente quer mudar a cota feminina no ministério e, além de Bairros, devem sair a ministra Maria do Rosário, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, e a de Mulheres, Iriny Lopes. Dilma, segundo a repórter Ana Flor, da Folha de S. Paulo, não teria gostado da ação de Lopes, que recentemente pediu a retirada do ar de um comercial de lingerie, estrelado por Gisele Bundchen.

No caso da ministra da Igualdade Racial, embora com o apoio do grupo de ONGS às quais está ligada desde quando deixou de ser uma das dirigentes do Movimento Negro Unificado (MNU), ela teria se fechado no seu círculo restrito de apoiadores, cercou-se de assessores na sua maioria da Bahia, e criou atritos com setores do PT, ao tentar desconstruir as gestões dos seus antecessores – a ex-ministra Matilde Ribeiro, o deputado Edson Santos e o atual presidente da Fundação Palmares, Elói Ferreira de Araújo.

Estilo fechado

Além da postura fechada, Afropress apurou junto a analistas com trânsito na Esplanada dos Ministérios, que o estilo da ministra é visto como distante do papel de um ministro de Estado – a quem cabe conciliar as tarefas técnicas e a gestão política.

Embora tenha se composto com o PC do B, ao convidar militantes da Unegro (União dos Negros pela Igualdade) da Bahia e de Brasília, para ocupar a Ouvidoria e a Secretaria executiva do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), ela teria desagradado a setores do movimento negro do PT, que mantém desde a sua posse uma posição de equidistância em relação a sua gestão.

Bairros escolheu seus assessores no grupo de lideranças próximas as ONGs, com acesso a fundações de apoio americanas como a Fundação Ford, entre outras.

Entre os seus principais assessores estão o Mário Lisbôa Theodoro e o jornalista Edson Cardoso, ambos dirigentes de uma das Marchas Zumbi + 10 que, em 2005, dividiram o movimento negro brasileiro. A outra Marcha foi protagonizada por lideranças do PT e PC do B.

Ministra em Nova York

No dia 22 de setembro passado, a ministra participou da comitiva que esteve com a Presidente Dilma na abertura da Assembléia da ONU, em Nova York. Luiza foi participar de reuniões para celebrar os 10 anos da Declaração de Durban – a III Conferência Mundial contra o Racismo, realizada em 2001, em Durban, na África do Sul.

Com atuação discreta, quase não foi notada e sua assessoria protagonizou um episódio que dá uma idéia de como se relaciona com a mídia, inclusive, com a mídia focada na temática étnico-racial brasileira.

Trapalhada

O correspondente em Afropress, Edson Cadette, tentou entrevistá-la e enviou e-mail a Assessora de Imprensa, Juci Machado. “Meu nome e Edson Cadette. Sou o correspondente aqui em Nova York do site Afropress.com. Gostaria muito de saber a possibilidade de entrevistar a ministra antes que ela retorne a Brasilia”, relatou o correspondente informando o número do telefone de contato para retorno.

A assessora, no Brasil, respondeu informando estar em dificuldades de contato com a chefe, mas que responderia assim que tivesse uma posição sobre o pedido. Frisava: “atenção para a grafia do nome da ministra – Luiza Bairros”.

Embora a entrevista tenha sido confirmada, por intermédio de um assessor que a acompanhava, a ministra não foi, nenhum assessor fez mais contato e o correspondente Edson Cadette permaneceu por mais de duas horas, a espera de Bairros no saguão do Waldorf Astoria.

- Fonte: Afropress- 9/10/2011

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Neuza Maria,65 - Araras-SP